No universo do compliance, é comum direcionarmos nosso foco para regulamentos, auditorias e procedimentos meticulosos. Contudo, uma peça-chave que merece destaque é a eficácia na comunicação. Uma linguagem clara e direta é fundamental. Em vez de saturar os colaboradores com jargões e termos técnicos, que podem ser adequados para especialistas, é crucial que a mensagem seja acessível para toda a empresa, promovendo assim um entendimento uniforme. Essa comunicação, além de clara, deve incentivar um diálogo aberto. Uma empresa que nutre um ambiente onde os funcionários se sintam confortáveis para levantar questões, preocupações ou sugerir melhorias já está um passo à frente na construção de uma cultura de compliance robusta. Isso não se limita apenas a conversas casuais, mas também se estende a treinamentos e workshops, que são oportunidades preciosas para enfatizar a importância do compliance, sempre com uma linguagem acessível e propícia para o debate. Uma técnica poderosa é a utilização de histórias e exemplos práticos. Eles têm a capacidade de ilustrar situações reais, mostrando de forma palpável as consequências de não aderir às políticas de compliance. E, para fechar, é essencial destacar a importância do feedback constante. Vivemos em um cenário dinâmico, onde as regras e necessidades estão em constante evolução. Uma comunicação regular e efetiva garante que todos estejam alinhados, atualizados e engajados nas práticas mais recentes de compliance. Em resumo, ao priorizarmos uma comunicação clara, envolvente e contínua, estaremos fortalecendo os alicerces de uma cultura de compliance saudável e duradoura em nossa organização.
No entanto, para que toda essa estrutura funcione, é essencial abordar um ponto crucial: a percepção do colaborador sobre o que, de fato, é uma regra de compliance. Não basta apenas que ele conheça a regra; é vital que ele entenda sua razão de ser, sua importância e as implicações de seu cumprimento ou descumprimento.

A verdadeira essência do compliance não se resume a um conjunto de normas estabelecidas, mas sim à capacidade de cada indivíduo de compreender e internalizar essas normas, transformando-as em ações diárias. Isso exige mais do que simplesmente passar informações: exige envolvimento, educação e, acima de tudo, conexão.

Ao se ver como parte integrante e fundamental do sistema, o colaborador não só cumpre as determinações da empresa por obrigação, mas passa a agir com base em um entendimento profundo de seu papel no ecossistema corporativo. Ele se torna um guardião da integridade e dos valores da empresa, e não apenas um executor de tarefas.

Este é o verdadeiro poder de uma cultura de compliance bem implementada: quando cada colaborador reconhece seu papel, entende sua importância e age proativamente para assegurar que a empresa não só cumpra as regulamentações, mas também opere com integridade e ética. Portanto, investir no entendimento e na formação dos colaboradores não é apenas uma boa prática; é a base para o sucesso duradouro de qualquer iniciativa de compliance.

Thalita Ribeiro, 
CEO da Compliance Control