A ruptura do maior acordo de marketing do Brasil entre o patrocinador master do Corinthians e o clube expõe falhas graves e inaceitáveis na gestão e na aplicação de programas de Compliance. Esse caso não é apenas um escândalo isolado, mas um sintoma de uma cultura corporativa deficiente e despreparada para lidar com os requisitos mínimos de transparência e ética. 

1. Deficiências na Due Diligence: A suposta utilização de uma empresa laranja na negociação revela uma falha crítica nos processos de due diligence. É inadmissível que um acordo dessa magnitude seja firmado sem uma investigação profunda e rigorosa dos envolvidos. Este é um erro básico que compromete a integridade de toda a operação.

2. Negligência nas Cláusulas Anticorrupção: A não conformidade com as cláusulas anticorrupção estipuladas no contrato demonstra uma total falta de comprometimento com práticas éticas. Cláusulas anticorrupção são essenciais para proteger as partes envolvidas e garantir a legalidade das transações. O descumprimento dessas obrigações não só é uma violação contratual, mas também uma indicação clara de práticas empresariais irresponsáveis.

3. Falta de Monitoramento Contínuo: A ausência de um sistema eficaz de monitoramento contínuo das práticas de Compliance evidencia uma gestão complacente e desconectada dos princípios básicos de governança corporativa. Organizações que falham em monitorar continuamente seus processos e políticas estão fadadas a enfrentar escândalos e prejuízos.

4. Despreparo na Educação e Treinamento: É evidente que há uma lacuna significativa na formação e treinamento dos envolvidos em práticas de Compliance. A educação contínua e o treinamento adequado de todos os níveis da organização são fundamentais para prevenir irregularidades e promover uma cultura de integridade.

5. Cultura Corporativa Deficiente: Este episódio destaca uma cultura corporativa que desvaloriza a ética e a transparência. Empresas que não priorizam uma cultura de integridade acabam por minar sua própria reputação e a confiança do mercado.

O escândalo entre VaideBet e Corinthians serve como um exemplo contundente da necessidade urgente de programas de Compliance robustos e eficazes. Não basta ter cláusulas anticorrupção no papel; é preciso um compromisso real e contínuo com a ética e a transparência.

Como CEO da Compliance Control, tenho experiência prática justamente por atender uma das maiores confederações esportivas do Brasil, um dos maiores times de futebol do país, e estar ligada ao esporte há muitos anos em tratando de procedimentos de governança corporativa, compliance e gestão de riscos. Já gerenciei riscos de  negociações de contratos semelhantes a este neste mesmo segmento, sempre alinhada aos princípios fundamentais da ética, compliance e, principalmente, anticorrupção.

Estamos prontos para ajudar empresas a evitar erros como estes e construir um futuro mais íntegro e responsável em todos os segmentos do mercado. Juntos, podemos transformar a cultura corporativa brasileira, promovendo práticas que reforcem a ética e a transparência. A integridade é o caminho para um futuro sustentável e de sucesso.

Thalita Ribeiro  
CEO  
Compliance Control